Você Sabe Como o Uso Excessivo de Telas Afeta as Crianças?

Vivemos em uma era digital onde as telas de celulares, televisões e computadores estão sempre ao nosso redor. No entanto, a exposição prolongada, especialmente nos primeiros anos de vida, levanta sérias preocupações. Os especialistas destacam os riscos para a saúde mental e cerebral das crianças devido ao uso excessivo de telas, o que pode ter um impacto significativo no desenvolvimento infantil.

"É fundamental refletir sobre a natureza educacional e lúdica do uso dessas telas para as crianças. Não é recomendado que crianças com menos de 2 anos sejam expostas a telas, pois esse é o período de desenvolvimento de habilidades cruciais como atenção, concentração, memória e percepção do ambiente. O uso de telas pode confundir a criança com seus estímulos, cores e luzes, tornando difícil distinguir o real do virtual", enfatiza Ícaro Ferreira, neuropsicólogo especialista em Análise Aplicada do Comportamento do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR).

As telas emitem um neurotransmissor chamado dopamina, que está associado a sentimentos de prazer e satisfação no cérebro. Esse processo pode criar um ciclo vicioso que prejudica a saúde.

É importante evitar o uso excessivo de telas, e proporcionar ambientes e horários livres de dispositivos, incentivar atividades ao ar livre e esportes, promover pausas mentais para estimular a criatividade e o desenvolvimento cerebral, entre outros.

Jogos eletrônicos merecem atenção especial, pois estimulam áreas do cérebro relacionadas à recompensa. O neuropsicólogo ressalta que o uso excessivo desses jogos pode limitar o desenvolvimento de habilidades como tolerância, atenção, concentração e resiliência, que são promovidas por brincadeiras interativas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é recomendado limitar o uso de telas na infância. 

• Crianças menores de 2 anos não devem ter acesso a telas;
• De 2 a 5 anos devem usar por no máximo uma hora diária; 
• De 6 a 10 anos, até duas horas por dia. 

É fundamental considerar essas orientações para garantir um desenvolvimento saudável das crianças nesse mundo cada vez mais digitalizado.